#ElaFazJus - Cândida Xavier de servidora celetista a juíza do trabalho

Conheça a história inspiradora da magistrada que há mais de três décadas faz a diferença na justiça trabalhista da 14ª  Região

A história da juíza Cândida Maria Ferreira Xavier é mais uma inspiração para as mulheres que não desistem de alcançar seus objetivos. A magistrada é prova de que é possível ultrapassar barreiras e conquistar seus ideais, em qualquer que seja a área.

“Estude, trabalhe e se esforce para realizar seu sonho de ascender profissionalmente. Não acredite se alguém disser que você não é capaz porque tem poucos recursos financeiros ou porque você é mãe e precisa cuidar do seu filho, ou ainda porque você já passou da idade considerada ideal. Se você for boa o suficiente, se houver estudado de maneira adequada, ninguém vai reprovar você”.

Essa é a mensagem que a juíza Cândida Xavier deixa nesta última reportagem da “Série Ela Faz Jus”, em homenagem a todas as mulheres que fazem a diferença no Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (RO/AC).

Neste último dia do mês dedicado às mulheres, nada melhor do que conhecer e refletir sobre mais uma história inspiradora, que conta os desafios e as vitórias da trajetória profissional de uma juíza que não mediu esforços para atingir suas metas profissionais. Ela deixa o exemplo a outras mulheres de que é possível vencer as dificuldades, basta querer e se preparar para enfrentá-las.

Em 1986, a carreira da magistratura ainda não fazia parte do sonho da jovem estudante Cândida. A princípio ela desejava cursar engenharia civil, mas acabou optando por fazer administração. O motivo foi que na época,  a Universidade Federal de Rondônia  (UNIR), não disponibilizava do curso dos seus sonhos, que até então era engenharia. Outro fator que determinou a escolha foi o fato de que trabalhava durante o dia, e o curso atendia às suas necessidades, por ser no período noturno.

O desejo em fazer o curso de direito só passou a se tornar seu sonho, quando ela foi contratada pelo TRT-14, com anotação em Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS), como auxiliar judiciário (nível médio), já que na época ainda era possível a contratação sem concurso público, embora ainda cursasse Administração de Empresas pela UNIR. O curso de Administração durou de 1986 a 1992, período em que ela passou a se interessar por direito. Mas a concretização do ingresso na faculdade, em mais um curso que faria, só veio em 1997, ano em que foi aprovada pela UNIR. Nesse meio tempo, em 1994 também já havia sido aprovada no  concurso público para o cargo de analista judiciário (nível superior) no próprio TRT-14ª Região. Uma trajetória de muitos estudos, trabalho e dedicação não poderia ter tido outro desfecho.

O tempo passou e em 2004 Candida, devidamente formada, foi aprovada  no concurso para juíza do trabalho, e dois anos depois, no mês de dezembro ela tomou posse como magistrada.

Hoje, fazendo um raio X da sua trajetória profissional, a então juíza recorda o maior desafio enfrentado no início da carreira da magistratura.  

“Sem dúvida, o maior de todos os desafios foi o fato de ter que ficar longe da família e deixar na época o meu filho adolescente, João Américo Xavier dos Santos, aos cuidados da minha saudosa mãe, Maria Ferreira Lima”, isso foi o mais difícil, enfatizou ela.

A juíza lembra que a experiência de ter sido promovida para juíza titular da Vara do Trabalho de Feijó-AC, também foi muito marcante, pelo fato do deslocamento até essa cidade, que na época, era extremamente difícil e caro.

“Eu saía de Porto Velho de ônibus, cruzava a balsa, chegava na rodoviária, pegava um táxi, ia para o aeroporto embarcar em um avião de pequeno porte, tudo isso para chegar em Feijó-AC.  Na volta pegava o pequeno avião, chegava em Rio Branco-AC e mais uma vez, outro avião para retornar a Porto Velho”. A juíza recorda que fazia essa maratona todo final de semana.

“Como meu filho tinha ficado em Porto Velho com a minha mãe, eu sentia necessidade em ir e vir todo final de semana, e isso perdurou por cerca de oito meses, mas por eles valeu a pena”.

Após Feijó-AC a juíza foi removida para Guajará-Mirim e, posteriormente, para Ariquemes.
Somente em abril de 2018, ela alcançou a sua maior conquista profissional. Foi nessa data que a juíza retornou definitivamente para Porto Velho, sua cidade natal, como titular da 6ª Vara do Trabalho, podendo finalmente ficar perto da família.

Há mais de três décadas a juíza Cândida Xavier, é mais uma mulher que faz jus no regional de Rondônia e Acre. Só como juíza do Trabalho já são 19 anos. A ela e a todas as demais mulheres que compõem a força de trabalho feminina do TRT-14, o tribunal parabeniza e agradece pelos exemplos que inspiram, e produzem o efeito da representatividade.


Secom/TRT14 (Yonara Werri | Fotos: Secom e arquivo pessoal da juíza )
Esta matéria tem caráter informativo, sem cunho oficial.
É permitida a reprodução mediante citação da fonte.

Compartilhar este post