Direto da aldeia, indígenas Suruí participam de palestra da Justiça do Trabalho no metaverso
Atividade da 1ª Vara do Trabalho de Ji-Paraná (RO) demonstra que a acessibilidade à Justiça é possível até nas comunidades mais isoladas da Amazônia
Com o intuito de tornar a Justiça do Trabalho cada vez mais acessível às populações que vivem em regiões isoladas, o Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (RO/AC) promoveu na segunda-feira (13/6) atividade inédita no metaverso, diretamente da aldeia índigena Paiter Suruí. Na ocasião, o juiz do Trabalho, Carlos Antônio Chagas Júnior, titular da 1ª Vara do Trabalho de Ji-Paraná (RO), se deslocou junto com a equipe de servidores até o município de Cacoal (RO), distante cerca de 110 km, para apresentar aos indígenas a estrutura da VT no metaverso e disseminar os recursos disponíveis na Vara do Trabalho Virtual.
“A partir de uma tribo indígena você consegue visitar uma Vara do Trabalho, levar conceitos como o combate ao trabalho infantil, falar sobre a acessibilidade da Justiça, ou seja, uma Justiça inclusiva e acessível a todos. A partir de localidades no coração da amazônia é possível entrar no metaverso e conhecer diversos lugares, como a 1ª VT de Ji-Paraná. Essa ação mostrou o universo de possibilidades e recursos que podem ser utilizados para proporcionar maior acesso aos serviços da Justiça Trabalhista”, explicou Carlos Antônio Chagas.
O magistrado relatou que os indígenas ficaram impressionados com o ambiente criado e pensam em replicar a ideia, levando a aldeia indígena para o metaverso. Durante a ação realizada, também foi possível ministrar palestra sobre o combate ao trabalho infantil e falar mais sobre o metaverso. “Demonstramos como acessar e manusear o sistema e enfatizamos que é uma tecnologia acessível e possível de se implantar em uma aldeia indígena, diminuindo assim distâncias e barreiras de acesso a serviços essenciais, como o acesso à Justiça”, reforçou.
Presente também na ocasião, a procuradora do Ministério Público do Trabalho (MPT), Jéssica Alves Resende Freitas, relatou que “a convite do juiz foi possível ver de perto que a inclusão digital é possível se nossos olhos se voltarem para o outro”. A partir do acesso ao metaverso da 1ª Vara do Trabalho, de dentro da comunidade indígena Suruí, é possível concluir que deve-se sempre defender o investimento na amplificação do diálogo social e, principalmente, na facilitação do acesso tecnológico a todas as pessoas, sem exceção”, frisou.
Jéssica Resende acrescentou que “ainda há muitas barreiras a romper, sabendo-se que o acesso à internet não é uma realidade em todas as comunidades, indígenas e não indígenas, mas eventos como esse devem nos mover rumo a melhorias contínuas. Levando a Justiça do Trabalho para dentro da aldeia, é possível afirmar que a empatia e a união em busca do conhecimento podem também agir em sentido inverso: levar para todo o Brasil e para o mundo a realidade das comunidades indígenas”.
O advogado Pedro Dinardo que também participou da ação destacou que “estamos entrando em uma nova era em que a tecnologia está cada vez mais presente na vida das pessoas”. “Como advogado é importante falar sobre a facilidade de acesso ao judiciário não só para os advogados, mas também para a população”, afirmou.
Para o Indígena Gasodá Suruí, a visita à 1ª Vara do Trabalho de Ji-Paraná no metaverso demonstra a facilidade de acessar espaços sem sair de sua comunidade. “A tecnologia traz para nós essa vantagem de resolver nossos problemas, realizar reuniões e visitas sem ter que percorrer grandes distâncias. Nós vivemos isolados, estamos distantes de meios de comunicação e a tecnologia nos dá um acesso que antes não conseguiríamos”, declarou.
O acesso à primeira vara trabalhista de Rondônia e a segunda do país no metaverso, se dá pela plataforma AltspaceVR, disponível gratuitamente na loja de aplicativos da Microsoft. Para mais detalhes, acesse o tutorial.
Secom/TRT14 (Munique Furtado)
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(Última atualização em 15/06/22, às 18h35)