Greve nas Usinas: empresas e trabalhadores retomam negociações após audiência no TRT

 

 
A greve dos cerca de 28 mil trabalhadores das Usinas Hidrelétricas de Jirau e Santo Antônio no Rio Madeira deverá continuar pelo menos até a segunda-feira (08), ocasião em que serão realizadas as assembleias para apresentação da proposta das empresas fruto das negociações retomadas imediatamente após a audiência de conciliação realizada no Tribunal Regional do Trabalho da 14ª Região (Rondônia e Acre) na tarde sexta-feira (05).
 

As assembleias estão marcadas para às 7h no canteiro de obras da UHE Jirau e às 10h em Santo Antônio.
 
Caso seja aprovada a proposta, a greve deverá ser encerrada. Se rejeitada, o Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção Civil do Estado de Rondônia (Sticcero) recomendará a retomada dos trabalhos afim de que as negociações prossigam em clima de normalidade. A entidade deverá informar ainda à categoria das implicações do prosseguimento dos trâmites jurídicos do processo de Dissídio Coletivo de Greve impetrado via sistema do Processo Judicial Eletrônico (PJe-JT) pelas empresas Construções e Comércio Camargo Corrêa S/A, Construtora Norberto Odebrecht Montagem S/A e Enesa Engenharia S/A.
 
A audiência foi presidida pelo desembargador Francisco Cruz, vice-presidente do TRT14 no exercício da Presidência, com a participação do procurador-chefe da Procuradoria Regional do Trabalho da 14ª Região, Ailton Vieira dos Santos e dos procuradores Renan Bernardi Kalil e Fernanda Pessamílio Freitas Ferreira. 
 
Na audiência, o desembargador destacou que a data-base da categoria é dia 1º de maio, o que permitirá uma ampla negociação entre sindicato e empresas. Explicou também que a ocasião não se tratava de discutir sobre reajustes salariais e demais benefícios, já que o objeto do processo em questão é a análise de abusividade ou não da greve. Ele teve conhecimento pelas empresas que os trabalhadores estão cumprindo a decisão liminar da Presidência do TRT que determinou a não obstrução dos acessos nas empresas e canteiros de obras pelos grevistas.
 
O sindicato deverá ainda apresentar defesa, no prazo legal, para prosseguimento da instrução do processo em que será analisado o pedido de antecipação de tutela apresentado pelas empresas quanto a abusividade ou não do movimento paredista.
 
Participaram também da audiência de conciliação advogados, comissão de trabalhadores do Sticcero e representantes das empresas, da Confederação dos Sindicatos de Trabalhadores nas Indústrias da Construção e da Madeira filiados à CUT (Conticom-CUT) e da CUT em Rondônia.
 
Ascom/TRT14 (Luiz Alexandre)
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